Papa Bento XVI |
A renúncia do Papa
Bento XVI nesta segunda-feira (11) pegou todo o mundo de surpresa. Para o
pesquisador do CNPQ, Francisco Carlos Teixeira, essa é uma decisão inédita na
história. “Uma renúncia alegando a idade ou mesmo a saúde é inédita. Os papas
morreram no posto: João XXIII teve uma agonia longuíssima e dolorosa e João
Paulo II estava muito velho e doente no final do seu mandato”, diz Teixeira.
Além
disso, o pesquisador ressalta que a decisão do Papa cria uma situação
complicada para um dos principais dogmas da Igreja: a infalibilidade papal.
“Foi estabelecido logo depois da reforma protestante, que o Papa é infalível,
ele tem o dogma da infalibilidade. Um papa que diz que não consegue mais e que
vai renunciar cria uma situação para a Igreja Católica”, ressalta ele.
Francisco
Carlos Teixeira também destacou que o mandato de Bento XVI foi muito polêmico
por causa da sua postura dura contra a ala progressiva da Igreja. “Ele nem era
um Papa reformista, procurando maiores adesões para a Igreja, nem era midiático
como João Paulo. Ele era, de fato, um teórico dogmático em busca dos dogmas
mais conservadores da Igreja”, comenta o pesquisador.
Outro
ponto de destaque na análise do pesquisador é que a renúncia vai criar uma
situação de dualidade dentro do Vaticano, já que o Papa é o único monarca
absoluto eletivo em todo o mundo. “O que vai acontecer é a existência de dois
papas, um que vai ficar possivelmente fechado em uma residência do papa, e
outro papa que vai ser eleito”, diz Francisco. Ele também fala que essa
dualidade vai criar uma situação de insegurança muito grande pra a Igreja.
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